Você sabia que os golpes com consórcios aumentaram significativamente após a pandemia? Esse aumento reflete o crescimento de 8,3% nos estelionatos em geral, totalizando quase 2 milhões de casos registrados em 2023, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em longo prazo, o crime de estelionato teve um crescimento alarmante de 360% de 2018 a 2023. Infelizmente, os consórcios não ficaram imunes a essa tendência e também apresentaram aumento no número de golpes registrados.
Para quem está considerando aderir a um consórcio ou já está em fase de negociação, é essencial estar ciente dos tipos de fraudes que podem ocorrer e saber como se proteger. A conscientização sobre os riscos pode evitar perdas financeiras e aborrecimento.
Neste conteúdo, abordaremos como identificar a confiabilidade de um vendedor de consórcio, vamos detalhar os principais golpes relacionados a esse sistema e fornecer recomendações práticas para garantir a segurança em suas transações.
Como saber se o vendedor de consórcio é confiável?
Para verificar a confiabilidade de um vendedor de consórcio, o primeiro passo é checar se a administradora está registrada no Banco Central. Se for uma corretora, verifique o registro na Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).
Além disso, é importante conhecer a lei dos consórcios e observar se o vendedor faz promessas que vão contra a sua natureza, como por exemplo, contemplação rápida com data garantida.
Portanto, desconfie de promessas de dinheiro fácil e vantagens mirabolantes. Lembre-se que consórcios não exigem entrada, o que pode ocorrer é a oferta de lances para adiantar a contemplação.
De todo modo, tudo deve ser claro e transparente, e o vendedor precisa ser honesto sobre o que está no contrato, oferecendo todos os cenários possíveis conforme as suas condições, sem manipular dados.
Por que o consórcio não é golpe?
Por ser uma opção alternativa aos financiamentos, muitas pessoas não entendem como funciona e acreditam que o consórcio é golpe. Embora golpistas usem o sistema para enganar os desavisados, o consórcio é totalmente regulado e seguro.
Em outras palavras, os consórcios são regulamentados por lei, ou seja, existem regras claras e fiscalização rigorosa para garantir que tudo funcione corretamente. Desde sua criação em 1962, o sistema de consórcios foi projetado para ser uma forma segura e organizada de poupança e compra coletiva.
Mas o que torna o consórcio confiável? O Banco Central do Brasil supervisiona todas as administradoras, assegurando que cumpram rigorosamente as normas estabelecidas. Isso impede que empresas operem de forma fraudulenta, protegendo seu dinheiro e seus interesses.
Confiança no mercado
Além disso, o impacto econômico dos consórcios é significativo. Em 2023, eles representaram 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com R$ 574 bilhões em ativos administrados.
Isso não é pouca coisa! Esse crescimento expressivo – 25,1% a mais em relação ao ano anterior – demonstra a confiança das pessoas nesse sistema.
Apenas em 2023, mais de 1,62 milhão de contemplações foram registradas, totalizando R$ 83,23 bilhões em crédito disponibilizado, permitindo que muitos brasileiros realizassem seus sonhos de aquisição.
Portanto, ao optar por um consórcio, você está entrando em um sistema bem estabelecido e amplamente utilizado, que é uma alternativa segura e sem juros altos para adquirir bens. A chave está em escolher uma administradora ou corretora autorizada e confiável.
Quais os riscos de fazer um consórcio?
Fazer um consórcio pode ser uma excelente opção para adquirir bens de forma planejada, mas é crucial estar ciente dos riscos envolvidos. O maior perigo está na desinformação e na ganância, o que pode atrair golpistas.
Aqui estão algumas armadilhas comuns em que muitas pessoas caem ao fazer consórcios, e que você pode evitar:
- Não se informar: muitas pessoas entram em consórcios sem compreender completamente como eles funcionam. A falta de conhecimento pode levar a decisões precipitadas e a vulnerabilidade a fraudes.
- Contratar administradoras não registradas: um dos principais riscos é escolher uma administradora que não esteja registrada no Banco Central. A falta de registro indica que a empresa não é regulamentada e, portanto, não oferece a segurança necessária aos consorciados.
- Acreditar em promessas mirabolantes: ofertas que parecem boas demais para ser verdade geralmente são. Promessas de contemplação garantida, ganhos rápidos ou condições extremamente favoráveis são sinais de alerta.
- Não avaliar a reputação: antes de aderir a um consórcio, pesquise a reputação da administradora e da corretora. Consulte avaliações em sites de reclamações como o Reclame Aqui, e busque feedback de outros consorciados nas redes sociais.
- Não conhecer os golpes comuns: tenha atenção aos tipos de golpes mais comuns em consórcios, como a venda de falsas cartas de crédito contempladas, promessas de contemplação com data fixa e boletos fraudulentos.
- Não ler o contrato: leia o contrato com atenção e certifique-se de que todas as condições estão claras e detalhadas. Informações ocultas ou cláusulas duvidosas podem ser prejudiciais no futuro. Se possível, consulte um advogado para garantir que você entenda todos os termos.
Em resumo, fazer um consórcio exige cautela e informação. Para não correr riscos, verifique a legitimidade da administradora, desconfie de promessas exageradas e pesquise a reputação da empresa.
Os 5 principais golpes nos consórcios
Infelizmente, o sistema de consórcios não está imune a fraudes. Golpistas aproveitam a falta de informação e a confiança das pessoas para aplicar diversos tipos de golpes.
Portanto, conhecer esses golpes é essencial para se proteger e garantir que você está fazendo um bom negócio. A seguir, detalhamos os cinco principais golpes que ocorrem nos consórcios e como evitá-los.
Golpe da falsa carta de crédito contemplada
Um dos golpes mais comuns envolvendo consórcios é quando golpistas oferecem falsas cartas de crédito contempladas. Eles prometem crédito muito barato em pouco tempo, enviam documentos falsos e desaparecem assim que recebem o valor da “entrada”.
Você só descobre que foi enganado quando tenta usar a cota.
Em primeiro lugar, saiba que vender cotas que já passaram pelo processo de contemplação é algo regular e garantido pela Lei dos Consórcios, desde que autorizado pela administradora do consórcio.
Mas não existe milagre. Quando você compra uma carta de crédito contemplada, precisa pagar a entrada, que são as parcelas pagas até a contemplação, mais o ágio ao dono da cota, além de assumir as prestações restantes.
Ou seja, se você receber uma oferta muito boa, com entrada e parcelas baixas, desconfie. Cartas que de fato existem terão uma configuração padrão. Isso significa que se a entrada for baixa, as parcelas serão altas. E se as parcelas forem baixas, a entrada será alta.
Sendo assim, para se proteger, verifique se a administradora está registrada no BC, peça o extrato da carta de crédito para conferir se ela realmente existe e foi contemplada, e entre em contato com a administradora para confirmar todos os detalhes do extrato.
Sempre confira quantas parcelas já foram pagas e quantas ainda faltam, e veja se você vai conseguir pagar essas prestações restantes. Em nenhuma hipótese compre uma carta contemplada sem fazer um contrato de compra e venda. Se possível, solicite auxílio de um advogado.
Também, é fundamental ler todo o contrato com atenção e pesquisar o CNPJ da empresa. A regra é clara: não deposite nenhum centavo antes de conferir tudo!
Golpe da data de contemplação garantida
Você já se deparou com alguém prometendo uma data garantida para a contemplação de um consórcio? Seria ótimo saber exatamente quando você vai receber o crédito e ter a garantia de uma contemplação rápida. Pena que isso não existe.
Esse tipo de promessa esconde um dos golpes mais comuns nos consórcios, cuja única intenção é empurrar a venda. No consórcio, a contemplação acontece apenas por sorteio ou lance, sem data certa.
Sendo assim, qualquer promessa de data garantida é uma bandeira vermelha. O máximo que é possível fazer é ter uma previsão aproximada quando as contemplações acontecem por lance.
Nesse caso, podemos olhar o histórico de ofertas do grupo, ver qual valor está contemplando e, com isso, ter uma previsão média de quando o seu lance pode ser o vencedor.
Mas não há garantias dessa contemplação, apenas probabilidades baseadas em dados estatísticos.
Então, como evitar essa armadilha? Saiba que ninguém pode garantir a data de contemplação. Isso vai contra a natureza do consórcio. Portanto, leia o contrato com atenção e confirme que todas as regras de sorteio e lance estão claramente explicadas.
Se alguém prometer algo diferente, questione e, principalmente, desconfie. E não se esqueça: quando o assunto é consórcio, tudo deve ser transparente e confiável. Se parecer fácil demais, talvez seja bom demais para ser verdade.
Por isso, antes de fechar um consórcio, pesquise no Google as avaliações da corretora e da administradora que você está cotando. Também procure depoimentos nas redes sociais e no Reclame Aqui para conhecer a reputação da empresa de consórcios.
Golpe do falso consórcio
Imagine isso: você recebe uma ligação ou é abordado nas redes sociais por alguém oferecendo uma solução simples para realizar um sonho através do consórcio. Parece perfeito: crédito fácil, rápido e barato, com parcelas minúsculas e condições tentadoras.
Tenha cuidado, isso pode ser o golpe do falso consórcio. Golpistas atraem pessoas em busca de facilidades, pegam seu dinheiro e desaparecem. Só depois você percebe que não era uma empresa de consórcio verdadeira.
Mas como se proteger dessa fraude? Primeiramente, saiba que administrar consórcios exige autorização do Banco Central. Sem essa autorização, a empresa não é legítima.
E mesmo que você entre em um consórcio através de um correspondente comercial, como a Redesul Consórcios, o nome da administradora deve estar claro no contrato. Sendo assim, nunca tire nenhum centavo do bolso sem verificar se a empresa está registrada.
E principalmente, nunca acredite em promessas de dinheiro fácil!
Golpe com boleto
Você sabia que o boleto é a quarta opção mais utilizada pelos brasileiros na hora de efetuar pagamentos? Essa opção é usada por 54% dos consumidores, segundo pesquisa realizada pela Opinion Box em 2023.
Porém, as fraudes nessa forma de pagamento têm ganhado grande evidência. Na prática, o fraudador substitui o boleto verdadeiro por um falso que lhe garantirá alguma vantagem.
O golpe do boleto, além de comprometer as finanças, pode trazer graves consequências para o consorciado, pois ele deixará de quitar o boleto verdadeiro. Sendo assim, pode haver pelo menos duas consequências negativas:
- O cancelamento da contemplação por lance;
- E a exclusão dos sorteios.
Atualmente, todos os boletos emitidos por bancos têm registro conforme convenção. Isso significa que os dados dos beneficiários dos boletos sempre aparecem na hora do pagamento, e que é possível pagá-los em qualquer banco.
Logo, ao pagar o boleto, verifique se o nome do beneficiário do pagamento é uma pessoa física ou a empresa contratada, e se o banco destinatário é o mesmo que consta no boleto. Se tiver alguma informação diferente, é melhor não fazer o pagamento.
Se mesmo assim você pagou um boleto indevidamente, o primeiro passo é entrar em contato com seu banco para relatar o caso e contestar a compra realizada com cartão.
Vale destacar que, caso o documento apresente um QR Code, esse código é o QR de Pix e o pagamento por meio dele é instantâneo na conta destinatária, sem janelas de compensação de boletos (que ocorrem em dias úteis).
Na prática, pagar um documento com QR Code é o mesmo que fazer um Pix. Em paralelo, é recomendável registrar um Boletim de Ocorrência.
Por fim, caso não consiga resolver a situação, procure o Procon, o Poder Judiciário, ou registre uma reclamação no Banco Central do Brasil.
Golpe do consórcio escondido
Este é um dos golpes mais frequentes no universo dos consórcios: o financiamento falso. Golpistas enganam consumidores fazendo-os acreditar que estão adquirindo um imóvel ou veículo, quando na verdade estão comercializando planos de consórcio.
O golpista tem livre acesso às casas, abre as portas com a chave e mostra o inteiro teor do imóvel. Nesse tipo de golpe, o consumidor não acredita que está comprando um consórcio, mas sim uma casa e que assinará um contrato de compra e venda.
Com esse discurso, o criminoso leva a pessoa ao cartório e simula a venda de um imóvel, quando na verdade está vendendo um consórcio, e o cartório apenas reconhece a firma. Para atrair consumidores, essas empresas anunciam na internet carros, motos e imóveis a preços muito atrativos.
As vítimas são convidadas a irem até às empresas, com a promessa de que podem conhecer outros imóveis e automóveis na mesma faixa de preço ou até com preços menores.
Chegando lá, as empresas oferecem a venda de uma carta de crédito, com o argumento de que se trata de um financiamento com juros menores e que após a assinatura e pagamento da “entrada”, já poderiam iniciar a busca pelo bem adquirido.
A promessa é de que em no máximo 90 dias, os consumidores já poderiam usufruir do bem (imóvel ou automóvel).
No entanto, passado esse prazo, devido à não concretização do negócio, descobrem que se tratava da contratação de um consórcio e, portanto, deveriam continuar com os pagamentos dos boletos até a contemplação ou finalização do prazo do plano.
Na realidade, os bens apresentados pelos golpistas nunca estiveram à venda e servem apenas de chamariz. Para se proteger, leia atentamente o contrato e confirme que está comprando o que realmente deseja.
Como se proteger dos golpes que usam os consórcios?
Para evitar ser vítima de golpes em consórcios, é fundamental adotar algumas precauções e seguir orientações específicas.
Primeiramente, investigue a empresa que está oferecendo o consórcio. Certifique-se de que é uma instituição reconhecida e autorizada a operar legalmente, consultando órgãos reguladores e de defesa do consumidor para garantir sua confiabilidade.
Em seguida, desconfie de ofertas que parecem excessivamente vantajosas. É comum que golpistas usem preços atraentes para enganar pessoas. Portanto, leia o contrato e certifique-se de entender as cláusulas; se houver dúvidas, procure um advogado.
Além disso, verifique se o consórcio está devidamente registrado nos órgãos competentes, como o Banco Central do Brasil, o que é um sinal de legitimidade.
Evite fazer pagamentos antecipados, uma prática frequentemente utilizada por fraudadores para obter dinheiro antes mesmo que você entre no consórcio. Proteja suas informações pessoais e financeiras e compartilhe somente quando tiver certeza da legitimidade da empresa.
Também é uma boa prática consultar referências de outros consorciados que já tenham participado do consórcio em questão. Experiências e opiniões de outros clientes podem ser valiosas para fornecer um panorama real da confiabilidade da empresa.
Por fim, compare várias opções de consórcio antes de tomar uma decisão, analisando diferentes empresas e condições. E não esqueça de confirmar a existência do bem que você pretende adquirir por meio do consórcio para evitar surpresas desagradáveis.
Sabendo destas informações e seguindo esses passos, você terá total segurança para aderir aos consórcios sem ter medo de sofrer golpes.
E já que você se preocupa com a segurança no sistema de consórcios, o que acha de saber o que acontece quando a administradora de consórcio entra em liquidação judicial? Acesse aqui e descubra!