Por mais cuidadosa que seja a administração de um negócio, muitas vezes a situação financeira da empresa sai do controle, o que faz as contas entrarem no vermelho. Isso coloca seu empreendimento em risco, podendo inclusive provocar a falência. Porém, com esforço e organização, é possível recuperar empresas em situações financeiras difíceis e evitar o seu fechamento.
Se esse é o seu caso e as coisas andam complicadas, respire fundo, leia este post até o final e coloque em prática as orientações trazidas por ele. Com certeza, esses passos vão ajudar você a tirar a sua empresa do vermelho.
*Se preferir assistir, nós resumimos todos os passos neste vídeo:
Identifique as dívidas
É difícil reorganizar as contas sem saber o quanto e para quem se deve. Então, é preciso encarar a realidade e listar quem são todos os seus credores, quais os valores atualizados dos débitos e há quantos dias eles estão em aberto. Outras informações relevantes sobre as contas em atraso são as multas e juros cobrados em cada uma delas.
Com todos esses dados organizados, fica mais fácil definir prioridades e implementar uma estratégia para enfrentar todas as dívidas. Separe qual parte do orçamento pode ser utilizada para quitá-las e priorize aquelas com juros mais altos ou cuja inadimplência leva à interrupção das atividades do negócio, como o pagamento de fornecedores e demais contas essenciais.
Renegocie o que deve
Outra estratégia para contornar as dívidas e dar o primeiro passo para a recuperação da empresa envolve a negociação dos débitos junto aos credores. Contudo, essa estratégia não pode ser adotada a todo custo e deve sempre seguir alguns parâmetros.
O principal cuidado é garantir que o acordo firmado caiba dentro da realidade orçamentária da empresa. Sem isso, as chances de que o combinado seja descumprido são grandes, o que compromete ainda mais a situação financeira, bem como sua reputação diante do mercado, que se torna cada vez mais receoso em se relacionar com seu empreendimento.
Por isso, na hora de negociar, chegue já com uma proposta compatível com seu orçamento e, a partir disso, discuta de forma aberta com o credor até que as condições de pagamento satisfaçam ambas as partes.
Nessa hora, é importante manter-se realista e pensar sempre no longo prazo, evitando o imediatismo. Obviamente é interessante se livrar o quanto antes da dívida, mas às vezes isso não é viável dentro de condições razoáveis. Por isso, mantenha a atenção redobrada quanto a propostas milagrosas, que podem embutir armadilhas, principalmente incluindo juros e multas indevidas.
E lembre-se: nunca aceite uma renegociação que você não vai dar conta de pagar. Além de isso não ajudar em nada, pode dificultar ainda mais a sua situação se houver atrasos nesses pagamentos.
Faça um planejamento financeiro
Para que a renegociação surta o efeito esperado e dê certo, ela deve fazer parte de um planejamento financeiro bastante detalhado. Sem isso, o acordo feito durante a negociação pode se transformar em uma bola de neve impagável, e outras ações necessárias para a recuperação da empresa se tornam ainda mais complicadas de serem postas em prática.
Um bom planejamento se baseia na junção de metas factíveis (tanto no curto quanto no médio e no longo prazo), planos de ações necessários para atingir esses objetivos e indicadores que permitam acompanhar a evolução do que foi proposto, bem como a correção de eventuais desvios.
Esse planejamento precisa ser permanente, mesmo depois que a situação melhore e sua empresa finalmente saia do vermelho. Por isso, é importante incluir medidas para que essa situação não se repita depois que tudo estiver mais tranquilo. Prevenção é indispensável!
Faça cortes
Ninguém gosta de cortes, mas muitas vezes eles são necessários para ajudar a colocar as contas em ordem. Para tornar esse processo menos doloroso, foque primeiro em despesas supérfluas, cortando gastos que não representam nenhum crescimento ou evolução para a empresa. Depois, pense também e reduzir as contas essenciais; economizar combustível, energia elétrica, água e insumos já representa um bom alívio no orçamento.
De todo modo, a redução de custos deve enfocar no uso mais eficiente dos recursos disponíveis. Ou seja, é preciso sempre fazer mais com menos, sem que isso represente prejuízo às atividades da empresa.
Procure novas fontes de renda
A redução de gastos deve vir acompanhada da busca constante por novas fontes de renda. Se for difícil captar novos consumidores, a recomendação é fazer com que aqueles que já fazem parte da sua clientela gastem mais do que o estão acostumados, elevando o chamado ticket médio. Até porque, o custo para fidelizar e vender mais para clientes antigos é muito menor do que o valor que sua empresa gasta para atrair novos consumidore.s.
Nessas horas, até mesmo uma pequena elevação no preço do seu produto ou serviço deve ser considerada para valorizar mais o seu passe. Todavia, esse movimento precisa ser feito de maneira extremamente cautelosa, já que errar na dose afasta os consumidores, principalmente se não houver nenhum valor agregado naquilo que é entregue.
Outras formas de gerar receitas adicionais são aumentar seu portfólio de produtos, criar campanhas de fidelidade ou estabelecer descontos progressivos, de forma que quanto maior for a compra, maior o abatimento concedido ao consumidor.
Combata a inadimplência
Encontrar novas receitas não significa apenas conseguir novos clientes. Recuperar o crédito junto a consumidores inadimplentes e reduzir o índice de inadimplência na sua empresa também contribui para a saída do vermelho.
Para isso, incentive os pagamentos à vista, seja criterioso na hora de fazer vendas a prazo e mantenha o controle sobre quem são seus os devedores, já que isso agiliza o processo de cobrança.
Mantenha a atenção sobre o fluxo de caixa
Se você está realmente preocupado com a recuperação da sua empresa, não desgrude o olho do fluxo de caixa. Em momentos de aperto, o cuidado com essa variável deve ser redobrado, uma vez que ela é quem registra todo o dinheiro que entre e sai das contas da empresa, permitindo saber em detalhes tudo o que foi recebido bem como quais são os compromissos financeiros assumidos.
Com a atualização constante das informações do fluxo de caixa, é possível manejar melhor o dinheiro disponível e verificar se ele é suficiente para honrar as contas mais próximas. Além disso, o fluxo de caixa permite que erros na gestão que estejam resultando em perda de dinheiro sejam identificados com maior facilidade.
Faça um consórcio
Durante o processo de recuperação da empresa, é normal recorrer a financiamentos externos, principalmente para dar fôlego extra ao capital de giro nesse momento financeiro mais delicado. Entretanto, essa opção é desvantajosa em alguns aspectos, principalmente por demandar uma análise da instituição financeira e ter alta incidência de juros.
Uma boa alternativa são os consórcios, que contam com menos burocracia e não cobram juros, apenas uma taxa administrativa que costuma ser 10 vezes mais barata que empréstimos e financiamentos. Assim, um consórcio mostra-se uma opção viável para empresas que querem levantar capital de giro e se planejar em longo prazo sem que isso comprometa o orçamento atual.
A recuperação de empresas costuma ser um processo longo, que exige esforço redobrado dos responsáveis pela gestão. É importante não desistir e lembrar sempre que, assim como levou tempo para que o negócio chegasse a essa situação, provavelmente levará algum tempo para que ele saia dela. De todo modo, se sua empresa lançar mão da disciplina necessária para implementar essas mudanças, sem dúvida colherá bons frutos e será recompensada.
Se você pensa em contratar um consórcio, nós temos outro conteúdo que vai ajudar sua empresa escolher a administradora ideal.